Obra de construção do viaduto (elevado) foi novamente debatida em Audiência Pública
Na noite de terça-feira,
dia 11, a Câmara Municipal promoveu nova Audiência Pública para debater a obra
de construção do viaduto (elevado), que será realizada no cruzamento da Avenida
Maria Aparecida Salgado Braghetta e Avenida Belmonte.
A presidente
da Câmara, vereadora Lúcia Libânio conduziu a Audiência, que também contou com
a presença de demais vereadores, moradores e comerciantes da região onde a obra
acontecerá, além de munícipes que acompanharam a transmissão ao vivo pelos
canais oficiais do Legislativo na Internet.
As
explanações foram realizadas pelo advogado Dr. Ricardo Augusto Possebon e pelo
engenheiro mecânico Luis Caetano Cerboni Malagutti. Além deles, o presidente da
Agência de Desenvolvimento Rio Pardo, Maurício Ferreira, também fez uso da
palavra ao longo da Audiência.
O primeiro a
explanar foi o Dr. Ricardo que lamentou, juntamente com alguns vereadores, a
ausência de um representante do Poder Executivo, embora o prefeito e o
secretário municipal de Planejamento e Obras estivessem em viagem à Brasília
para tratativas de assuntos relacionados à Prefeitura.
O advogado destacou
algumas inconsistências no projeto, entre elas a falta do Estudo de Impacto de
Vizinhança (EIV), laudo cautelar dos imóveis, etc.
Além disso,
ele questionou, ainda, se a Prefeitura fez algum tipo de estudo sobre a acessibilidade
e mobilidade, destacando-os no projeto. “Uma obra deste porte precisa de tudo
isso para acontecer e não vimos isso no projeto. Esses procedimentos são
inerentes à obra”, observou.
Dr. Ricardo
também chamou a atenção para o impacto que uma obra deste porte causará aos
comércios e residências. “Quais serão as consequências deste projeto aos
moradores das proximidades? Qual é o custo final desta obra, uma vez que não há
cálculos apresentados para substituição de rede elétrica, galerias, demais
redes, inclusive Internet? Será que existe dotação orçamentária para possíveis
indenizações? E o problema dos dependentes químicos, que possivelmente migrarão
para o espaço?”, indagou.
Já o
engenheiro mecânico Luís Caetano ressaltou que a Prefeitura poderia ter ouvido
mais a população daquela região e desenvolvido um projeto de menor impacto. “Uma
rotatória resolveria muito mais o problema no local do que um viaduto que, ao
nosso ponto de vista, não resolve a situação mais crítica, que é a dos
cruzamentos. Além disso, neste projeto, a rotatória será vazada, o tipo que
mais pode causar acidentes”.
Maurício Ferreira
destacou uma das alternativas, também comungada com os dois palestrantes e boa
parte dos moradores e comerciantes, que seria um projeto para o prolongamento
da Avenida Mascarenhas de Moraes até a Avenida Perimetral, a qual, segundo
estudos, receberia 2/3 do fluxo atual de veículos.
FALTA DE DIÁLOGO
Os palestrantes
e alguns vereadores observaram a falta de diálogo entre o Poder Executivo e os
moradores e comerciantes da região, além disso o próprio acesso ao projeto que,
segundo relatos, não foi disponibilizado pela Prefeitura e Secretaria Municipal
de Obras.
“Além dos
estudos de engenharia seria necessário um estudo social da área onde se
pretende construir o viaduto e, após, uma comparação entre ambos para saber a
viabilidade do projeto, impactos, etc. Fica aqui essa sugestão para demais
obras deste porte no município. A população dos bairros adjacentes, comércio
precisa ser ouvida”, destacou a vereadora Thais Nogueira.
Já o vereador
professor Rafael Kocian, que é o representante do governo na Câmara, reiterou o
compromisso de levar as demandas levantadas na Audiência ao prefeito Marcio
Zanetti, inclusive em prol do diálogo e da busca de soluções cabíveis em
relação ao elevado. “Entretanto, como mencionado aqui que representações foram
feitas no Ministério Público, se realmente houvesse grandes inconsistências o
mesmo teria paralisado imediatamente o processo à obra, o que não ocorreu. Porém,
me comprometo a auxiliar na questão do diálogo entre a Prefeitura e moradores
para que tudo isso seja promovido de forma transparente, embora o problema
naquela região necessite de uma solução urgente, ação que não foi tomada décadas
atrás e que hoje está sendo realizada”, disse.
Os moradores
e comerciantes também se manifestaram sobre o projeto que, novamente,
observaram que não contemplará seu principal objetivo: melhorar o fluxo de
trânsito naquela região, causando ainda mais transtornos, destacando que a melhor
solução seria o projeto de prolongamento da Avenida Mascarenhas até a
Perimetral.
O vídeo com o conteúdo completo da Audiência Pública pode ser acessado pelo link: