Galeria de Fotos - Plano Nacional e Sistema Nacional de Educação foram abordados em palestra na Câmara
Na noite de segunda-feira, dia 5, o Programa Escola do
Legislativo “Cidade Livre do Rio Pardo” promoveu a primeira palestra do
cronograma do mês de setembro, cujo tema abordado foi “O Plano Nacional de
Educação e o projeto de Sistema Nacional de Educação”.
A palestra foi promovida pela professora doutora Ana Beatriz
Feltran Maia, que é graduada em História e Pedagogia pela USP, possui Mestrado
e Doutorado em Educação também pela Universidade de São Paulo, além de
especialização em Gestão Pública Municipal pela UNIFAL. Atualmente, ela é
gestora da Fundação Educacional.
A professora doutora iniciou sua explanação destacando que
nas décadas de 1920 e 1930 a questão da Educação Nacional começou a ser
articulada a projeto de nação, uma vez que anteriormente, ainda no Brasil
império, ela era restritiva, principalmente a secundária e superior, e estava a
cargo das províncias, equivalente aos estados nos dias atuais.
“Em 1932 ocorreu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
e Constituição Federal de 1934 inscreveu a exigência de fixação, pela União,
das diretrizes da educação nacional e a formulação do Plano Nacional de
Educação; foi somente em 1988, com a Constituição Federal, que apresentou-se a
questão do pacto federativo, de cooperação das 3 esferas de poder público –
União, Estados e municípios, e por meio da
ei de Diretrizes e Bases, em 1996, da formação e implementação do
Sistema Nacional de Educação gerido pelos 3 poderes em conjunto com os órgãos
colegiados - fóruns, conselhos, sociedade civil, e entidades de gestores. Ou
seja, o projeto que se está discutindo hoje sobre o tema Sistema Nacional de
Educação, já havia sido colocado em pauta décadas atrás”, observou Ana Beatriz.
Mas, o que é, propriamente, o Sistema Nacional de Educação?
“Segundo Saviani, ‘o Sistema Nacional de Educação integra e articula todos os
níveis e modalidades de educação com todos os recursos e serviços que lhes
correspondem, organizados e geridos, em regime de colaboração, por todos os
entes federativos sob coordenação da União’. Ou seja, uma integralização nas
esferas federal, estadual e municipal, uma soma de esforços para proporcionar
melhorias na educação, desde a básica até o ensino superior, respeitando a
diversidade de cada local, promovendo a equidade, inclusive com relação aos recursos
à Educação”, explicou a professora.
Ana Beatriz também trouxe dados referentes ao Projeto de Lei
Complementar 235/2019, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos/PR), que foi
aprovado recentemente no Senado e que segue para a Câmara Federal. “O Projeto
de Lei Complementar 235/2019 apresenta princípios e diretrizes do SNE – Sistema
Nacional de Educação, como igualdade de condições para o acesso e a permanência
na escola; equidade na alocação de recursos e na definição de políticas;
articulação entre a escola, o trabalho e as práticas sociais; garantia de
políticas inclusivas para os alunos com deficiência, transtornos globais e
altas habilidades; atendimento às necessidades específicas das populações do
campo e das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas; valorização e
desenvolvimento permanente dos profissionais da educação; entre outros. Caberá
à União coordenar o SNE, articulando os diferentes níveis e sistemas de ensino,
prestando assistência técnica e financeira aos demais entes. Também há
competências específicas para estados e municípios”, observou.
Ainda, conforme o texto, serão criadas a Comissão
Intergestores Tripartite da Educação (Cite), instância de âmbito nacional,
responsável pela negociação e pactuação entre gestores da educação dos três
níveis de governo; e as Comissões Intergestores Bipartites da Educação (Cibe),
instâncias de âmbito subnacional, responsáveis pela negociação e pactuação
entre gestores da educação de estados e municípios (UNDIME, 2022). “A Cite e as
Cibes serão os fóruns responsáveis por definir parâmetros, diretrizes
educacionais e aspectos operacionais, administrativos e financeiros do regime
de colaboração, com vistas à gestão coordenada da política educacional. Também
está prevista a implementação do Custo Aluno Qualidade (CAQ), o valor mínimo
que o poder público precisa investir por aluno com vistas a uma educação de
qualidade”.
A professora observou que “Estados, municípios e Distrito
Federal terão até dois anos para aprovar lei específica de criação dos respectivos
sistemas estaduais, distrital e municipais de educação. O Ministério da
Educação terá que prestar assistência técnica aos entes federados. O
substitutivo prevê, ainda, dispositivos para tratar da avaliação da educação
nacional, integrando ao SNE o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Sinaeb) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),
conforme apresentado no site da Undime, União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação.
Ana Beatriz concluiu a palestra destacando a importância do
Plano Nacional de Educação para que o Sistema Nacional de Educação se mantenha.
“Conforme Saviani, ‘podemos dizer que a formulação do Plano Nacional de
Educação se põe como uma exigência para que o Sistema Nacional de Educação mantenha
permanentemente suas características próprias. Com efeito, é preciso atuar de
modo sistematizado no sistema educacional; caso contrário, ele tenderá a
distanciar-se dos objetivos humanos, caracterizando-se especificamente como
estrutura”’, finalizou.
Após a palestra, a professora respondeu a questionamentos
dos internautas que acompanharam a palestra, sendo um recorde de inscritos, com
mais de 190 pessoas, principalmente profissionais da Educação, de cinco estados
brasileiros.
“Parabenizo o vereador professor Rafael Kocian pela
iniciativa da Escola do Legislativo, sendo uma oportunidade para tratarmos de
assuntos tão relevantes perante à sociedade, principalmente para que a própria
interaja”, disse Ana Beatriz.
Kocian agradeceu a presença da professora, observando que
questões ligadas à Educação sempre terão destaque o no Programa, inclusive como
fonte de debates e informação aos profissionais e à sociedade, assim como ambos
temas abordados.
Ao final da participação, a professora Ana Beatriz recebeu
certificado, que foi entregue pelo diretor da Escola do Legislativo, o servidor
Matheus Schiavon e pelo vereador professor Rafael Kocian.